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  • Por Wss Comunicação
  • 22/07/2025

Brasil tem mais casos de bruxismo e DTM que a média global

A dor na face ao acordar, o desgaste nos dentes, a sensação de travamento da mandíbula ou aquele clique ao mastigar podem parecer pequenos incômodos cotidianos, mas na verdade são sinais de um problema muito mais comum e negligenciado do que se imagina.

Brasil tem mais casos de bruxismo e DTM que a média global

*Por Simone Carrara e Bruno Furquim

A dor na face ao acordar, o desgaste nos dentes, a sensação de travamento da mandíbula ou aquele clique ao mastigar podem parecer pequenos incômodos cotidianos, mas na verdade são sinais de um problema muito mais comum e negligenciado do que se imagina. O bruxismo e as disfunções temporomandibulares (DTMs) estão se tornando, silenciosamente, uma das grandes questões de saúde pública do país.

Estima-se que até 40% da população brasileira sofra com o bruxismo, percentual superior à média global, estimada entre 22% e 30%. No caso da DTM, os números também impressionam: de 40% a 50% dos adultos brasileiros relatam sinais ou sintomas da condição, que pode envolver desde dores crônicas nos músculos mastigatórios até limitações severas nos movimentos da mandíbula.

Nesses quase 40 anos de experiência do método Senso, podemos afirmar que esse aumento não ocorre por acaso. A íntima relação entre bruxismo, DTM e fatores psicossociais como estresse, ansiedade, depressão e distúrbios do sono é amplamente reconhecida. Em um país marcado por instabilidades econômicas, sobrecarga emocional e desafios na saúde mental, o reflexo está, literalmente, estampado na face da população.

A Organização Mundial da Saúde já aponta o bruxismo como uma condição com impacto sistêmico. Ele pode levar não apenas ao desgaste dentário e dor orofacial, mas também está associado ao surgimento de distúrbios musculoesqueléticos, fadiga crônica, zumbido, dores de cabeça recorrentes e até insônia. Crianças com bruxismo, por exemplo, podem apresentar dores no ouvido, travamento da mandíbula e dificuldades para mastigar, sinais muitas vezes confundidos com outras doenças.

Mais alarmante ainda é que essas condições raramente aparecem sozinhas. Estudos apontam que pacientes com bruxismo têm até cinco vezes mais risco de desenvolver dores musculares em outras partes do corpo, como pescoço e costas. A presença de DTM também está diretamente relacionada à piora da qualidade de vida, especialmente quando há dor crônica. Os relatos de pacientes incluem insônia, queda de produtividade no trabalho e impacto direto no bem-estar emocional.

Durante a pandemia, um estudo brasileiro revelou que pacientes com bruxismo apresentaram escores mais baixos nas escalas de qualidade de vida e autocompaixão, além de fadiga muscular ao acordar. Outro levantamento nacional mostrou que mais de sete em cada dez pessoas relataram estar com bruxismo durante o confinamento, o que reforça como o estresse pode impactar diretamente a saúde orofacial. Esses dados não são isolados. Eles compõem um ciclo autoperpetuante de sofrimento físico e psicológico: o estresse leva ao bruxismo, que leva à dor, que piora o sono, que aumenta o estresse, e assim por diante.

É urgente romper esse ciclo com abordagens integradas e interdisciplinares. O tratamento eficaz precisa ir além do alívio da dor mandibular. É necessário olhar o paciente como um todo. Dentistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos e profissionais do sono devem atuar em conjunto. O diagnóstico também precisa evoluir: a triagem para bruxismo e DTM deve fazer parte da rotina de quem trata dores musculares, cefaleias, distúrbios do sono e até transtornos de ansiedade.
Além disso, campanhas públicas de conscientização, investimento em pesquisa com foco regional e políticas de saúde bucal com abordagem sistêmica são caminhos essenciais para conter o avanço dessas condições.

O Brasil está, mais uma vez, diante de uma oportunidade de liderar uma mudança de paradigma na saúde bucal. Não se trata apenas de proteger dentes, mas de proteger pessoas e devolver qualidade de vida a milhões de brasileiros que, muitas vezes, não sabem o que está por trás da dor que sentem.

*Simone Carrara, dentista e fundadora da Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial.
*Bruno Furquim, mestre e doutor pela USP na área de DTM e dor orofacial e sócio da Clínica Senso.

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  • Nacional
  • Saúde e Bem-Estar
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