Juros compostos e contratos complexos elevam risco financeiro no agronegócio, aponta especialista
Juros compostos e contratos complexos elevam risco financeiro no agronegócio, aponta especialista
O que deveria ser o motor do agronegócio brasileiro tem se tornado, para muitos produtores, um problema. O crédito rural, usado para fomentar a produção, em muitos casos expõe os produtores do campo a juros abusivos, contratos complexos e endividamentos crescentes — cenário que acende um alerta sobre as operações financeiras no setor.
A alta da inadimplência entre produtores rurais está ligada a contratos mal estruturados, que embutem cobranças excessivas e condições pouco claras. Juros compostos, taxas administrativas e capitalização irregular transformam o crédito em dívida impagável, levando muitos produtores à judicialização para tentar reverter os prejuízos.
Segundo o advogado e especialista em direito do agronegócio, Rafael Guazelli, o crédito rural exige atenção redobrada quanto às condições contratuais. “Muitos produtores acabam aceitando contratos com cláusulas que passam despercebidas, mas que aumentam de forma significativa o valor da dívida. São detalhes como prazos de reajuste, juros embutidos e taxas cumulativas, que comprometem a rentabilidade da safra e colocam o produtor em desvantagem diante dos bancos”, alerta.
O endividamento crescente tem reflexos que ultrapassam o campo. A restrição ao crédito reduz o poder de investimento, compromete o ciclo produtivo e afeta toda a cadeia do agronegócio — do fornecimento de insumos à comercialização final.
Dados da Serasa mostram que a inadimplência entre produtores rurais atingiu 7,9% no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior, confirmando a tendência de alerta financeiro no setor.
O crédito rural perde sua função de impulsionar o crescimento quando o endividamento ultrapassa a capacidade de retorno do produtor. Os contratos complexos exigem atenção aos fatores de proteção para o produtor rural. “Antes de contratar qualquer operação de crédito rural, o produtor precisa compreender o impacto jurídico e financeiro de cada cláusula. A análise preventiva, feita com base técnica, é o que diferencia uma decisão estratégica de um endividamento desnecessário”, destaca Rafael Guazelli.
Mais do que uma questão financeira, o controle sobre o crédito rural representa segurança jurídica e continuidade para o agronegócio. Com gestão criteriosa e acompanhamento especializado, o produtor transforma o crédito em instrumento de crescimento — e não em fator de risco.
Sobre Rafael Guazelli
Rafael Guazelli é um advogado com 18 anos de experiência, especializado em Direito Tributário, Agrário e Bancário. Com uma trajetória marcada por sucessos, ele já atendeu mais de 1.000 clientes e conquistou mais de 2.500 vitórias judiciais através do Guazelli Advocacia. Formado em Direito pela PUC Paraná e técnico em Transações Imobiliárias, membro do Instituto de Direito Tributário do Paraná, tem uma atuação destacada em análises legislativas, especialmente nos impactos para o agronegócio e relações fiscais.
Rafael Guazelli distingue-se por aplicar soluções inovadoras e sistêmicas em sua prática jurídica, refletindo seu compromisso com o aprimoramento constante e a atenção às tendências. Essa abordagem assegura defesas robustas e adaptadas às necessidades específicas de seus clientes, com uma dinâmica legal sempre em fluxo. Sua proatividade em incorporar novidades jurídicas fortalece sua capacidade de oferecer estratégias eficazes em defesa dos interesses que representa.