Contação de histórias aborda as tradições caipiras e foliãs, instigando o público a relembrar as suas próprias memórias culturais. O lançamento vai circular em escolas públicas do Sol Nascente.
Contação de histórias aborda as tradições caipiras e foliãs, instigando o público a relembrar as suas próprias memórias culturais. O lançamento vai circular em escolas públicas do Sol Nascente.
Neste mês de outubro, a Mestra Tetê Alcândida realiza o lançamento do seu novo espetáculo-solo, Mundo Encantado de Pé no Chão. A temporada vai itinerar em duas escolas públicas do Sol Nascente, região de residência e atuação comunitária da mestra. Com contação de histórias, teatro de bonecos, objetos antigos e música ao vivo, Tetê transporta o público às suas raízes goianas, roceiras, foliãs e ciganas. A itinerância do espetáculo começa no dia 07, na Escola Classe Setor P Norte. No dia 08, segue para a EC Juscelino Kubitschek, com oficina e apresentações de manhã e à tarde.
Tetê Alcândida tem 66 anos de vida e mais de 30 anos de trajetória cultural. Nascida em família cigana no município de Novo Brasil (GO), é filha de pai palhaço de Folia de Reis e neta de rezadeira artesã. Chegou em Brasília aos 17 anos, onde consolidou sua carreira atuando como bonequeira, sapateira, brincante, cenógrafa, contadora de histórias e educadora popular. Desde 1990, assina trabalhos de cenografia e figurinos. É também fundadora do Bloco Carnavalesco Mamãe Taguá, mestra da Coletiva Casa Moringa e coordenadora da Ocupação Cultural Batalhão das Artes, em Taguatinga.
Foi inspirada nas tradições caipiras de sua infância que Tetê Alcândida concebeu a criação e a cenografia do espetáculo Mundo Encantado de Pé no Chão. A montagem ganhou direção cênica e dramaturgia assinadas pelo diretor Zé Regino. Manipulando brinquedos e objetos antigos da família, como uma máquina de costura e uma roda de fiar, Tetê traz ao público memórias que refletem a importância dos saberes comunitários de tradição oral e da conexão da cultura goiana com o Cerrado. A trilha sonora ao vivo é executada pelo músico Thiago Ribêiro.
“Nessa peça, eu conto a história da minha família, que era um povo autônomo que produzia tudo o que se consumia sem deixar de brincar, dançar e cantar. Pra gente era comum contar histórias em roda, jogar verso e brincar de noite no terreiro”, relata Tetê. Em cena, cada memória contada traz reflexões sobre como o progresso e a modernização suprimiu as relações comunitárias. “Por muito tempo, eu me perguntava por quê a gente parou de brincar? Logo descobri que foi com a chegada do progresso”, questiona a mestra, conhecida em todo o DF por coordenar mobilizações comunitárias e difundir a criação artesanal de bonecos e cenários brincantes.
O espetáculo Mundo Encantado de Pé no Chão integra o projeto Memórias Populares, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo DF. As apresentações nas escolas são exclusivas para as comunidades escolares, com acessibilidade em Libras e Audiodescrição. Em breve, a peça pretende circular em espaços culturais abertos.
Sinopse - Mundo Encantado de Pé no Chão
Uma contação de histórias vivas de uma mulher goiana, roceira, foliã e cigana. Histórias que se ouve ao pé do fogão à lenha. Com direção cênica de Zé Regino, a mestra bonequeira Tetê Alcândida toca com simplicidade e leveza na identidade e memória de um povo que produzia tudo o que consumia, trabalhando, brincando e inventando o próprio ‘mundo encantado de pé no chão’.
Oficinas para encantar diversos públicos
Para fortalecer a relação entre memória, cultura e educação, as duas escolas participantes também serão contempladas com a Oficina de Pedagogia Griô para Professoras, facilitada pela artista Luciana Meireles, da Coletiva Casa Moringa. A oficina, que é uma contrapartida do projeto, permeia a temática do espetáculo para conectar as tradições caipiras e as próprias memórias populares das professoras com suas práticas pedagógicas. A ação foi realizada no dia 1º de outubro na EC Setor P Norte. No dia 08 (quarta), segue para a EC Juscelino Kubitschek, no turno matutino e vespertino.
No dia 11/10 (sábado), no Batalhão das Artes de Taguatinga, o projeto finalizará as suas ações com a Formação de Acessibilidade Cultural. Quem facilita a formação é a artista e arte-educadora Lua Cavalcante, também integrante da Coletiva Casa Moringa. A atividade abordará a importância das ações atitudinais inclusivas em projetos culturais. Numa imersão prática de 4 horas, o público participará da criação do Plano de Acessibilidade para o Batalhão das Artes, transformando a teoria em ação. A formação é aberta a todos os públicos e será realizada das 10h às 14h, com entrada franca.
PROGRAMAÇÃO
01/10 - 10h45 e 13h30: Oficina de Pedagogia Griô na EC Setor P Norte
07/10 - 10h45 e 13h30: Espetáculo na EC Setor P Norte
08/10 - 10h45 e 13h30: Oficina de Pedagogia Griô na EC Juscelino Kubitschek
09/10 - 9h às 11h e 14h às 16h: Espetáculo na EC Juscelino Kubitschek
11/10 - 10h às 14h: Formação de Acessibilidade Cultural no Batalhão das Artes
SERVIÇO
Projeto Memórias Populares
Quando: 1º a 11 de outubro de 2025
Onde: EC Setor P Norte, EC Juscelino Kubitschek (Sol Nascente) e Batalhão das Artes (Taguatinga)
Entrada nas escolas: exclusiva para as comunidades escolares atendidas
Entrada na Formação de Acessibilidade: franca para todos os públicos
Nas redes: @casamoringaoficial e @batalhaodasartes