Exposição fotográfica celebra o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e reforça seu reconhecimento como patrimônio cultural no Brasil e no DF.
Exposição fotográfica celebra o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e reforça seu reconhecimento como patrimônio cultural no Brasil e no DF.
Entre outubro e novembro de 2025, seis escolas públicas de Samambaia (DF) receberão o projeto Mamulengo em Foco: A Arte da Fotografia Preservando a Tradição, que une exposição fotográfica, apresentações de teatro de bonecos e rodas de conversa para mais de 1.200 estudantes, professores e familiares. A iniciativa reúne imagens captadas ao longo dos últimos dez anos e chega em um momento histórico, no qual o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste se consolida como patrimônio cultural imaterial do Brasil e do DF.
Um clique, capaz de eternizar o sorriso de uma criança diante do boneco que ganha vida, traduz o espírito da mostra: fotografias carregadas de memória e tradição, que ajudam a construir identidade cultural e preservar a memória coletiva comunitária.
Viabilizado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC-DF), Governo Federal e Ministério da Cultura, o projeto é realizado pela Cinese Audiovisual, em parceria com a Candiá Produções e a Associação Fuzuê de Arte e Cultura.
Cultura como direito nas periferias
Samambaia está entre as regiões administrativas mais vulneráveis do DF, segundo a Codeplan (Mapa das Desigualdades, 2023). O acesso a equipamentos culturais é escasso, apesar de a cidade ser reconhecida como celeiro das artes. Nesse cenário, levar o mamulengo para dentro da escola é assegurar contato com uma expressão reconhecida como patrimônio cultural, criar experiências de pertencimento e garantir à juventude periférica o mesmo direito à arte que, em geral, se concentra no Plano Piloto.
O projeto concretiza princípios da Lei da Cultura Viva (Lei nº 13.018/2014)e da Agenda 2030 da ONU, transformando cultura em prática efetiva de direitos humanos e sustentabilidade.
“Essas imagens não são só registros: são marcas de um corpo coletivo que resiste há gerações. Expor esse acervo em Samambaia é devolver à comunidade a sua própria memória e afirmar que a cultura popular é também um direito.” defende Alice Lira, fotógrafa e diretora da Cinese Audiovisual.
Patrimônio vivo, reconhecido e partilhado
O mamulengo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN em 2015 e, em 2025, passou a integrar também a lista de bens registrados como Patrimônio Imaterial do DF pelo CONDEPAC-DF. Brincadeira que une humor, música, oralidade e crítica social, o mamulengo é mais que espetáculo: é memória coletiva em cena.
A fotógrafa Alice Lira, sócio-fundadora da Cinese Audiovisual e integrante do Grupo Mamulengo Fuzuê é a idealizadora desta ação. Em parceria com LeoMon, Alice vem registrando nas telas há mais de uma década a efervescência da cultura popular no Distrito Federal e em outros territórios. A família Fuzuê é formada por artistas itinerantes que têm como bases o Centro-Oeste (DF e Goiás) e o Nordeste (Bahia e Maranhão), mas percorre o Brasil e o mundo levando a força do mamulengo, reforçando seu reconhecimento como patrimônio cultural. Nesse percurso, a fotografia torna-se também forma de resistência e difusão cultural.
“Fotografar o mamulengo é escrever na imagem aquilo que até a própria lei por vezes nos nega: dignidade, pertencimento e cidadania. Cada clique é um ato de reparação intergeracional, principalmente para mim, que vivo a família Fuzuê, esse trabalho é memória, resistência e afeto”, Alice Lira se emociona ao afirmar.
A mostra reúne 50 imagens que revelam o gesto da manipulação do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, com o brilho do público, da cenografia, dos figurinos e da musicalidade que compõem as cenas. Estão presentes nas fotografias mestres, mestras, grupos e brincantes de diferentes gerações: Thiago Francisco, Inácio Francisco, Joelma Bonfim, Rene Bonfim, Gilson Alencar, Layza Almeida, Maísa Arantes, Soró (Mamulengo Fuzuê), Izabela Brochado (Trapusteros Teatro), Neide Amorim (Circo Boneco e Riso), Luciana Meireles (Vereda dos Mamulengos), Chico Simões (Mamulengo Presepada), Mamulengo Lengo Tengo, Cia Voar Teatro de Bonecos, Mala de Bonecos Mestre Sólon, Mamulengo Alegria, Mamulengo Presepada, além de estudantes de escolas públicas de Samambaia e Ceilândia.
“A fotografia permite que a brincadeira ultrapasse o momento da apresentação. Ela transforma gesto em memória e cria um acervo que fortalece o patrimônio imaterial. Esse projeto é também sobre deixar visível a beleza que muitas vezes não chega às grandes telas ou palcos centrais”, explica LeoMon, fotógrafo e cineasta e produtor executivo.
Cada fotografia será acompanhada de QR Codes com audiodescrição, garantindo acesso inclusivo à experiência.
Educação, acessibilidade e pertencimento
Voltado a estudantes do Ensino Médio e da EJA, o projeto alia arte e pedagogia. Cada ação é acompanhada de espetáculo, roda de conversa e material didático que permite desdobramentos em sala de aula. A acessibilidade é prioridade, com audiodescrição ao vivo e intérpretes de Libras, garantindo que todas as pessoas possam participar plenamente da experiência.
“O mamulengo é brincadeira, mas também é fonte de conhecimento. Não se trata apenas de ver bonecos na empanada [palco] e dar risada. É uma forma de provocar reflexão, denunciar injustiças e, ao mesmo tempo, ensinar de um jeito que só a cultura popular sabe fazer. Levar essa tradição para dentro das escolas é plantar sementes de memória e resistência no coração da juventude, entendendo que o mamulengo é também ferramenta de educação e cidadania.” ressalta Thiago Francisco, mamulengueiro do grupo Mamulengo Fuzuê.
Além da circulação presencial, o projeto disponibilizará uma página no site da Cinese Audiovisual, reunindo catálogo digital acessível, vídeos, artigos e registros, garantindo que a experiência ultrapasse os muros da escola e se torne memória disponível a toda a comunidade.
FICHA TÉCNICA
Alice Maria Diniz Lira - Direção Criativa e Curadoria
Valeria Diniz de Amorim - Coordenadora de Comunicação
LeoMon - Produtor Executivo
Thiago Dias Francisco - Espetáculo Teatral de Mamulengo
Rayla Silva da Costa - Coordenadora de Produção
Tatiana Elizabeth - Intérprete de Libras
Viviane Santos - Consultoria de Acessibilidade em Audiodescrição
Amanda de Oliveira Gomes - Consultoria de Acessibilidade em Libras
Assistente de Comunicação: Elicléia Dallo
Assessoria de Imprensa: Candiá Produções
Designer Gráfico: Dylan Dias
Contra-regra e Montagem da Exposição: Joaley Almeida
Auxiliar de Produção- Eryckson Rocha
Realização: Cinese Audiovisual
Correalização: Candiá Produções, Associação Fuzuê de Arte e Cultura e Mamulengo Fuzuê
Apoio Institucional: Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC-DF) e Governo Federal
Serviço
Mamulengo em Foco: A Arte da Fotografia Preservando a Tradição
Outubro a novembro de 2025
Escolas públicas de Samambaia (DF)
Acompanhe: www.cineseaudiovisual.com.br | @cineseaudiovisual
Assessoria de Imprensa
Valéria Diniz de Amorim
+ 55 61 98242-4262
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