Saúde mental de jovens universitários é prioridade em instituições de ensino comprometidas com qualidade de vida e competências psicossociais.
Saúde mental de jovens universitários é prioridade em instituições de ensino comprometidas com qualidade de vida e competências psicossociais.

A saúde mental se tornou uma das maiores preocupações no ambiente educacional. Segundo dados da UNICEF, no Brasil uma em cada seis crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos convive com um transtorno mental.
Nesse cenário, a promoção da saúde mental é indispensável para a garantia de qualidade de vida e bem-estar, que impactam positivamente o rendimento acadêmico, a permanência estudantil e as relações interpessoais.
As escolas, universidades e empresas têm papel fundamental, sendo cada vez mais protagonistas na garantia do bem-estar emocional por meio de programas de acolhimento e apoio psicológico.
Jovens estudantes enfrentam com frequência ansiedade, depressão, estresse e outros transtornos psicológicos que estão mais relacionados a quadros de doenças e incapacidades entre adolescentes.
Entre estudantes universitários, pesquisas indicam que muitos relatam crises emocionais ao longo do curso, sendo que cerca de 36,9% deles relatam ter enfrentado dificuldades significativas ou crises emocionais no último ano.
Isso demonstra que o sofrimento psicológico afeta de forma significativa a vida de jovens estudantes, principalmente no contexto acadêmico, que é marcado por pressão, incertezas sobre o futuro, adaptação à vida universitária e demandas intensas de estudo.
As implicações vão além de sofrimento imediato. A saúde mental fragilizada pode comprometer o desempenho acadêmico, levando a reprovações, desistências ou evasão.
No longo prazo, tais desafios podem se refletir em dificuldades de inserção no mercado de trabalho, redução do potencial de desenvolvimento e sequelas emocionais.
Além disso, a precariedade na saúde mental pode interferir nas habilidades de relacionamento, autoestima e bem-estar, elementos fundamentais para a vida pessoal e profissional.
Quando as instituições de ensino não oferecem apoio adequado, as consequências recaem individualmente sobre o estudante, mas reverberam em toda a sociedade.
Diante desse panorama, algumas instituições de ensino têm implementado programas permanentes de acolhimento psicológico e apoio psicossocial.
Atualmente, universidades públicas e privadas passaram de atendimentos pontuais a alunos com dificuldades de aprendizagem ou adaptação social para programas estruturados que disponibilizam atendimento psicológico individualizado, rodas de conversa em grupo, orientação psicopedagógica, formação de professores para identificação e encaminhamento de casos e apoio permanente.
Essa trajetória demonstra o valor de uma política institucional contínua, que entende a saúde mental não como algo ocasional, mas como parte do contexto acadêmico.
Além dos projetos internos, algumas universidades ampliam as parcerias com profissionais da psicologia para oferecer suporte especializado aos estudantes.
A Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, estruturou ações de promoção de bem-estar e atendimento psicológico como parte de sua política institucional de saúde.
Essas parcerias permitem oferecer apoio profissional tanto em momentos de crise quanto de prevenção e convivência saudável, passos fundamentais para reduzir o estigma e garantir cuidado contínuo.
Na última década, a tecnologia também passou a ser aliada da saúde mental no ambiente educacional.
Entre as ferramentas estão serviços de teleatendimento, plataformas de suporte psicológico e modalidades remotas de orientação que ajudam a expandir o acesso às terapias, especialmente em momentos críticos como os vividos durante a pandemia.
A adoção dessas tecnologias pelas universidades permite manter atendimentos e rodas de conversa mesmo em situações desafiadoras, como em caso de isolamento ou períodos de provas, garantindo a continuidade do apoio psicossocial.
Essas tecnologias ainda estão em consolidação, mas apontam para um futuro no qual o cuidado com a saúde mental poderá ser mais acessível, constante e adaptado às rotinas intensas dos estudantes.
A responsabilidade sobre a saúde mental não recai apenas sobre escolas e universidades. As empresas, especialmente aquelas que mantêm programas de estágio, trainee ou que recebem jovens recém-formados, têm papel importante na formação integral desse público.
Ao criar ambientes de trabalho mais acolhedores, oferecer apoio psicológico e promover uma cultura de bem-estar, essas empresas ajudam a preparar profissionais mais equilibrados e conscientes, o que também se traduz em melhor desempenho acadêmico e produtividade saudável.
O investimento na saúde mental no contexto educacional não é apenas uma questão de bem-estar individual e sim um investimento estratégico no futuro da sociedade.
As instituições que promovem programas de acolhimento, apoio psicológico, parcerias com profissionais e uso de tecnologia ajudam a formar cidadãos mais saudáveis, preparados para enfrentar os desafios pessoais e profissionais com equilíbrio.
Além disso, ao reduzir a evasão e aumentar a permanência estudantil, essas iniciativas contribuem para um mercado de trabalho mais qualificado e benefícios que se estendem a toda sociedade.
Alguns cursos particularmente desafiadores, como na faculdade de Medicina, tal suporte baseado em escuta ativa, estrutura institucional e compromisso com o bem-estar, é ainda mais relevante para garantir a formação de profissionais aptos a lidar com os desafios emocionais da carreira acadêmica e ingresso no mercado de trabalho.