“A diversidade não é um nicho, é a própria essência do fazer cultural", diz Adriana Trancoso Albuquerque, coordenadora de projetos da Lei Paulo Gustavo no Distrito Federal,
“A diversidade não é um nicho, é a própria essência do fazer cultural", diz Adriana Trancoso Albuquerque, coordenadora de projetos da Lei Paulo Gustavo no Distrito Federal,
A diversidade tem ocupado novos espaços com apoio direto da Lei Paulo Gustavo (LPG). De acordo com o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), responsável pelo gerenciamento da legislação no DF, no âmbito da Linha Diversidade, foram investidos R$ 542 mil em projetos, promovendo inclusão, visibilidade e fortalecimento de artistas e coletivos LGBTQIAPN+. Os recursos contemplaram seis iniciativas que atuam na interseção entre arte, educação, cultura periférica e identidades dissidentes. Entre elas, projetos ligados à dança, formação e à cultura Ballroom.
O fomento representa um avanço importante na construção de políticas públicas culturais mais inclusivas. Os projetos selecionados vêm da ponta: territórios periféricos, escolas públicas, coletivos independentes e artistas que transformam suas vivências em linguagem artística. Abaixo, conheça três das propostas contempladas e o impacto que cada uma delas busca gerar.
Arte e diversidade nas escolas
Idealizado pelo artista e educador Erivan Hilário, o projeto Colorides – Festival de Arte e Diversidade propõe a realização de um festival voltado a estudantes da educação básica. A proposta parte do princípio de que o combate à LGBTfobia começa pela educação. Com oficinas, intervenções e ações artísticas, o festival busca abrir espaço para o diálogo, a escuta e o respeito dentro do ambiente escolar, promovendo a cidadania de jovens LGBTQIAPN+, além de ampliar a consciência coletiva sobre direitos humanos e diversidade.
Cultura Ballroom como ferramenta de resistência
O Baile de Guerrilha, projeto proposto por Ruan Ítalo Guajajara, celebra os cinco anos da Casa de Onijá, coletivo que atua na cena Ballroom do DF. Além de fortalecer a cultura urbana afrodescendente, o projeto oferece oficinas remuneradas e suporte a eventos voltados à juventude LGBTQIAPN+, com foco em pessoas trans, negras e indígenas da periferia. A ideia é gerar visibilidade, renda e pertencimento para corpos historicamente marginalizados, democratizando o acesso à arte e à cultura como ferramentas de emancipação.
“A LPG foi muito importante, porque nos deu a possibilidade de reformar o nosso espaço e readequar a Casa de Onija, para termos um lugar mais salubre e seguro para trabalhar, além de trazer remuneração para o trabalho feito pelos artistas e toda a equipe envolvida”, assinala o produtor executivo do projeto, Ruan Ítalo Guajajara.
Residência artística para corpos dissidentes
Já o projeto Meu Lugar, que chegou à sua terceira edição em agosto do ano passado, aposta na dança como campo de criação e cura para corpos dissidentes. A proposta selecionou sete bailarines LGBTQIAPN+ do Distrito Federal para uma residência artística sob direção da coreógrafa Juana Miranda. Ao longo do processo, os participantes desenvolveram cenas autorais que foram apresentadas ao público em um teatro, ao fim do projeto, em fevereiro de 2025. A residência funciona como uma incubadora de criações e propõe reflexões sobre presença, identidade e pertencimento na cena contemporânea.
“A Lei Paulo Gustavo foi essencial para garantir a execução da terceira edição da residência, tanto pelo recurso em si, mas também pela visão de ter várias categorias voltadas à projetos com temáticas LGBTQIAPN+. E foi muito ao encontro do nosso projeto, pois percebemos na segunda edição que era essencial ter um espaço de incentivo e de troca de artistas exclusivamente LGBT para o desenvolvimento de novas narrativas e dramaturgias”, destaca Juana.
Para Adriana Trancoso Albuquerque, coordenadora de projetos da Lei Paulo Gustavo no Distrito Federal, o apoio à diversidade reafirma o papel da cultura como vetor de transformação social.
“A diversidade não é um nicho, é a própria essência do fazer cultural. Projetos como esses mostram o quanto é urgente garantir recursos, estrutura e espaço para artistas que historicamente foram silenciados. O que estamos vendo com a LPG é o florescimento de uma cultura mais democrática, plural e representativa”, observa a coordenadora.
Serviço - LPG/DF
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