Varsha
  • Cadastrar matéria
Logo Acontece no Brasil
  • Página Inicial
  • Matérias
  • Por estado
    • Acre
    • Alagoas
    • Amapá
    • Amazonas
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Espírito Santo
    • Goiás
    • Maranhão
    • Mato Grosso
    • Mato Grosso do Sul
    • Minas Gerais
    • Pará
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Piauí
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Norte
    • Rio Grande do Sul
    • Rondônia
    • Roraima
    • Santa Catarina
    • São Paulo
    • Sergipe
    • Tocantins
  • Loterias
Cadastrar matéria
Varsha
Sobre Nós

Política de Privacidade

MídiaKit

Fale Conosco

  • Por Território Comunicação
  • 18/07/2025

Ópera "MARIELLE" do Maestro Jorge Antunes estreia em Ceilândia

Tributo musical à resistência e legado da vereadora que abalou o Brasil, chega aos palcos do Teatro SESC Newton Rossi, de 25 a 27 de julho

Ópera "MARIELLE" do Maestro Jorge Antunes estreia em Ceilândia
imagem gerada por IA

A obra, dividida em quatro atos e uma abertura orquestral, transcende o campo artístico para se tornar um manifesto sonoro sobre a vida, o ativismo e o assassinato de Marielle Franco (1979–2018) - vereadora negra, lésbica e defensora dos direitos humanos, cuja morte brutal em 2018 ecoou como um grito de alerta contra a violência política no Brasil.

 

 

Relevância histórica e política: o legado que inspira gerações

 

A ópera não apenas narra a trajetória de Marielle, mas resgata seu legado como farol de resistência para movimentos sociais contemporâneos. O libreto, escrito por Antunes após extensa pesquisa com discursos e declarações da vereadora, aborda temas urgentes: violência de Estado, racismo estrutural, resistência LGBTQIAPN+, e a luta por justiça nas periferias.

 

Cenas como o discurso de Marielle na Assembleia Legislativa do Rio - onde confronta conservadores com o emblemático "Não dou aparte a milicianos!" - e seu assassinato transformado em símbolo de luta (ato IV) refletem como sua voz permanece viva na política atual.

 

A obra evidencia porque Marielle se tornou ícone global: seu combate às opressões sistêmicas inspira parlamentares, coletivos negros e jovens ativistas, que hoje carregam sua bandeira em pautas como o fim da brutalidade policial e a defesa das comunidades marginalizadas.

 

 

Jorge Antunes: o compositor-ativista que une vanguarda e resistência

 

A ópera é assinada por um dos maiores nomes da música contemporânea brasileira, cuja trajetória se entrelaça com a história política do país. Jorge Antunes, pioneiro da música eletroacústica na América Latina (criador da primeira obra brasileira com sons eletrônicos, em 1962), sempre uniu arte e ativismo.

 

Durante a ditadura militar, compôs a "Sinfonia das Diretas" (1984) - conhecida como "Sinfonia das Buzinas" por incorporar buzinaços das ruas - e o polêmico "Hino Nacional Alternativo". Sua luta pela democratização ecoa agora em MARIELLE, parte de um ciclo de óperas que ele chama de "Hertory" - neologismo para destacar heroínas apagadas pela história oficial. Antunes já homenageou Olga Benário em "Olga" (2019) e planeja óperas sobre Rosa Luxemburgo e Zuzu Angel, afirmando: "mulheres guerreiras merecem ter suas narrativas cantadas".

 

 

Inovação musical a serviço da memória

 

Com 19 músicos da orquestra ARS Hodierna, sons eletroacústicos pré-gravados e um coro de 12 vozes, a partitura de Antunes funde linguagens para retratar a pluralidade de Marielle. Sopranos líricos se alternam com o funk (gênero que ecoa nas favelas cariocas), enquanto performances de mímica (como a do personagem Rui, sobrevivente da ditadura) e projeções visuais criam uma imersão sinestésica.

 

A cena do sarau na Casa das Pretas (ato IV), com poemas de Luiz Gama e imagens do assassinato, converte dor em esperança: o coro encerra com o lema "Não conseguirão matar a primavera", acompanhado por uma voz eletrônica que adverte "Estamos de olho; à espreita!" - lembrando que a vigilância contra a opressão permanece.

 

 

Ceilândia: a periferia que recebe a história de uma heroína da periferia

 

A escolha do Teatro SESC Newton Rossi, localizado na maior Região Administrativa do DF, carrega profundo simbolismo. Assim como Marielle - nascida no Complexo da Maré, no Rio -, Ceilândia é um território de resistência periférica. Estrear a ópera ali não apenas democratiza o acesso (com entrada franca), mas alinha palco e realidade: as discussões sobre violência policial (ato I) e educação como ferramenta de luta (personagem Professor Alcimar) ressoam com urgência nas quebradas do DF. A cenografia de Maria Carmen retrata favelas e assembleias, enquanto a direção de Chico Expedito reforça o diálogo entre arte e território.

 

 

Ficha técnica e serviço

 

Com elenco de destaque como Aida Kellen (Marielle, soprano) e Clara Figueiroa (Mônica, contralto), a ópera é uma realização do FAC-DF (Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal), consolidando o projeto de Antunes de "óperas políticas" como instrumentos de transformação social.

 

Local: Teatro SESC Newton Rossi (QNN 27 Área Especial Lote B, Ceilândia Norte)

Datas: 25 e 26/7 (sexta e sábado, 19h); 27/7 (domingo, 16h e 19h)

Entrada franca | Classificação livre

 

Os atos da “Ópera MARIELLE”

 

Dividida em quatro atos, com regência do Maestro Jorge Lisbòa Antunes, a ópera narra a trajetória de luta, amor e resistência da protagonista, ambientada em contextos sociais e políticos do Rio de Janeiro

 

No primeiro ato (43 minutos), precedido por abertura estreada na 25ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em 12/12/2023 (https://youtu.be/IrCILTA3lxQ), o cenário é uma favela dividida entre barracos e uma sala de aula comunitária. As conversas abordam a violência policial, com relatos de Maria, cadeirante vítima de bala perdida, e a educação como ferramenta de resistência, simbolizada nas aulas de Física do Professor Alcimar, que usa a Terceira Lei de Newton para discutir ação e reação social. Marielle, grávida, critica a opressão estrutural e expressa esperança por um futuro melhor para sua filha, enquanto Mônica reforça a importância da união coletiva.

 

No segundo ato (29 minutos), o cenário migra para um apartamento na Tijuca, decorado com símbolos de resistência LGBTQ+ e figuras como Frida Kahlo. Marielle e Mônica trocam alianças, planejando um casamento que simboliza afeto contra a homofobia. Em paralelo, reúnem-se aliados para organizar a candidatura de Marielle à vereança, discutindo estratégias políticas e alianças. Rui, mudo e sobrevivente da ditadura, realiza uma performance de mímica sobre tortura, conectando passado e presente. A cena é interrompida por interferências na TV, com vozes homofóbicas, reforçando a opressão externa.

 

O terceiro ato (16 minutos) divide-se entre um teatro de sombras (à esquerda) e a Assembleia Legislativa (à direita). Marielle, já vereadora, denuncia a intervenção militar no Rio, destacando seu impacto racista, enquanto enfrenta interrupções de colegas conservadores. Ela responde com firmeza: "Não dou aparte a milicianos!". Simultaneamente, uma dupla de funk debate machismo e resistência, ecoando as palavras de Marielle ("Ser mulher é resistir"). O teatro de sombras ilustra corrupção e violência, contrastando com a luta institucional da protagonista.

 

No quarto ato (38 minutos), a ação ocorre na Casa das Pretas e no apartamento da Tijuca. Um sarau com poemas de Luiz Gama ("Em nós, até a cor é um defeito") destaca o racismo estrutural, enquanto projeções e cenas simbólicas retratam o assassinato de Marielle (tiros, explosões) e sua transformação em ícone da resistência. Mônica, Maria, Professor Alcimar e Paulão lamentam sua morte, mas prometem continuar a luta, regando o "jardim" com lágrimas para que "novas Marielles" floresçam. O coro final repete o lema "Não conseguirão matar a primavera", enquanto uma voz eletrônica ("Estamos de olho; à espreita!") encerra a obra, lembrando a vigilância constante contra a opressão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jorge Antunes

 

Um visionário da música eletroacústica latino-americana e ativista cultural, cuja obra une vanguarda artística e compromisso social. Seu legado abrange desde inovações técnicas nos anos 1960 até óperas políticas contemporâneas, consolidando-o como figura essencial na cultura brasileira e internacional

 

 

Nascido no Rio de Janeiro em 1942, Jorge Antunes consolidou-se como um pioneiro da vanguarda musical brasileira. Sua trajetória iniciou-se em 1958 com estudos de violino, mas foi na década de 1960 que revolucionou a cena artística nacional: formado em Física e Música, fundou o Estúdio de Pesquisas Cromo-Musicais (1961) e compôs "Valsa Sideral" (1962), primeira obra brasileira com sons exclusivamente eletrônicos. Sua busca por inovação levou-o a criar as Cromoplastofonias - experiências sinestésicas que integravam orquestras, fitas magnéticas, luzes e até estímulos olfativos e táteis - e a construir instrumentos como o Theremin, usado pioneiramente na música popular no Festival da Record (1967).

 

Sua atuação internacional é marcante. Com bolsas de estudo, especializou-se em música eletrônica e computacional no Instituto Di Tella (Argentina, 1969–70), na Universidade de Utrecht (Holanda, 1970) e no Groupe de Recherches Musicales de Paris (1971–73), onde trabalhou com Pierre Schaeffer e concluiu doutorado em Estética Musical. Ao longo das décadas, estreou obras em festivais em 40 países, recebeu prêmios como o da Tribuna Internacional de Compositores da Unesco (1993, 1996) e foi condecorado como Chevalier des Arts et des Lettres pelo governo francês (2002). Suas residências artísticas na Europa, México e Oriente Médio, além de óperas como "Olga" (estreia na Polônia, 2019), atestam seu reconhecimento global.

 

Antunes uniu arte e política de forma indelével. Durante a ditadura militar (1978–1989), engajou-se em movimentos pela democratização em Brasília e compôs obras-protesto como a "Sinfonia das Diretas" (1984), conhecida como "Sinfonia das Buzinas" por incorporar buzinas em apoio às Diretas Já, e o polêmico "Hino Nacional Alternativo". Seu ativismo seguiu ecoando em óperas como "Marielle" (2025), sobre a vereadora assassinada Marielle Franco, e em marchinhas de carnaval satíricas (como "O Mosquito", sucesso em 2016) para o bloco Pacotão.

 

Sua obra, com mais de 200 composições, abrange desde música eletroacústica até óperas, sinfonias e peças corais. Destacam-se a monumental "Cantata dos Dez Povos" (2000), "Rimbaudiannisia" (encomendada pela Radio France) e óperas de rua como "O Exfakeado" (2019). Como professor titular da Universidade de Brasília (1973–2011), fundou o grupo GeMUnB e a Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (1994), que presidiu por três mandatos. Homenageado aos 70 e 75 anos no Brasil e exterior, seu legado - documentado no filme "Maestro Jorge Antunes, Polêmica e Modernidade" (2005) - permanece como um diálogo entre a ousadia da vanguarda e a resistência política, firmando-o como referência indispensável da cultura latino-americana.

 

 

Material à imprensa:https://bit.ly/OperaMARIELLE

  • X
  • f
  • @
Etiquetas:
  • Distrito Federal
  • Cultura e Lazer
  • Festas e Shows
Cadastrar matéria
Quer divulgar o sua matéria e ter a possibilidade de expor essa matéria para 5000 pessoas diariamente? Cadastre gratuitamente sua matéria.
Acontece no Brasil | | Todos os Direitos Reservados
Política de Privacidade | Fale Conosco | Feed RSS