Um mergulho delicado nos mistérios da linguagem antes da palavra
Um mergulho delicado nos mistérios da linguagem antes da palavra
Criado para crianças que acabaram de chegar ao mundo, o espetáculo Os Peixes não Falam convida esse público a escutar com o corpo e a ver com o coração. Boias flutuam como pensamentos, sons sussurram memórias do ventre, e a atriz Clarice Cardell dança entre o gesto e o afeto, criando paisagens que falam mesmo sem dizer.
Nascido do encontro entre a companhia brasileira Primeiro Olhar, dirigida por Clarice, e a francesa Théâtre de Cuisine, de Katy Deville, o espetáculo é tecido com cuidado, como quem embala um bebê: um lugar onde cada criança pode ser rio, palavra, silêncio ou canção. “Porque, às vezes, o que mais nos diz… é o que não se fala”, explana Cardell.
Nesta experiência cênica pioneira, voltada a bebês e crianças de 0 a 5 anos, e que une teatro de objetos e sensibilidade poética, explora-se a origem da comunicação humana. A estreia internacional está agendada para abertura da XI Edição do Festival Primeiro Olhar, dia 2º de agosto, às 11h e às 16h, no Museu Nacional da República.
A segunda sessão de estreia aberta ao público (2/8, às 16h), será seguida de debate entre a psicanalista Claudia Mascarenhas, o psicanalista e escritor Marcelo Pio da Costa e a diretora Katy Deville, em parceria com a Associação Lacaniana de Brasília, quando será discutido a origem da linguagem apresentada no espetáculo. Que imprime na cena o teatro de objetos – técnica que transforma elementos cotidianos em narrativas simbólicas, respeitando a sensibilidade dos bebês. Provando que a linguagem cênica não precisa de palavras para ecoar fundo na alma.
Após as apresentações pelo Primeiro Olhar, de 1º a 5/8, a obra vai circular por creches públicas da Candangolândia, transformando-as em espaços de arte entre 21/8 e 9/9. Apresentações para comunidades de baixa renda e com dois dias de sessões adaptadas para crianças cegas, por meio de audiodescrição, e surdas, com Libras, reforçam o tema da inclusão. Com as 12 apresentações nas creches, em sessões limitadas a 60 pessoas para garantir interação qualificada, o projeto estima alcançar 700 espectadores, entre crianças e educadores.
Idealizadoras dessa dramaturgia inovadora, Katy Deville é cofundadora do Théâtre de Cuisine (Marselha), grupo referência mundial em teatro de objetos desde 1979. Enquanto Clarice Cardell, que também assina a produção executiva, é fundadora da Primeiro Olhar e reconhecida internacionalmente por seu trabalho cênico voltado à primeira infância.
A equipe artística ainda reúne talentos como Fernanda Cabral, autora da trilha sonora original, Larissa Salgado, que assina os figurinos, e Márcia Duarte, responsável pela preparação corporal. A realização do projeto conta com fomento do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF. O ponto de partida para construção da obra ocorreu em dezembro de 2024 fruto de uma residência artística de Clarice Cardell e Fernanda Cabral no Friche la Belle de Mai, em Marselha na França. A viagem contou com recursos do Programa Conexão Cultura DF, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa DF.
Os Peixes não Falam representa uma ponte entre cultura e educação, transformando creches em espaços de experimentação artística e democratizando o acesso à arte como ferramenta essencial de formação humana.
Material à imprensa: https://bit.ly/OsPeixesnaoFalam
Serviço:
Os Peixes não Falam
Sessões no Museu Nacional da República abertas ao público: sábado e domingo (2 e 3/8), às 11h e às 16h
Entrada: franca com disponíveis uma hora antes de cada sessão ou reservas pelo e-mail [email protected]
Lotação: 70 pessoas
Classificação indicativa: bebês e crianças de 0 a 5 anos
Sessões no Museu reservadas a creches: segunda e terça (4 e 5/8), às 9h30, 10h30 e 14h30
Sessões na Candangolândia reservadas a creches: dia 21/8 e de 3/9 a 9/9
Informações: https://www.instagram.com/festivalprimeiroolhar/