Projeto da Unifesp, que combina IA e telemedicina, recebe prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2025
Projeto da Unifesp, que combina IA e telemedicina, recebe prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2025

A Unifesp conquistou destaque nacional ao vencer o Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2025 com o projeto “Revolução na Retina: IA e Telemedicina Levam Diagnóstico Rápido a Pacientes com Diabetes”. A iniciativa alia Inteligência Artificial (IA) e telemedicina para acelerar o diagnóstico da retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira no mundo. A iniciativa tem potencial para transformar o cuidado oftalmológico no Sistema Único de Saúde (SUS).
Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, o projeto propõe o uso de um retinógrafo portátil conectado à plataforma em nuvem Eyermaps®, baseada em IA. O sistema permite a triagem remota e rápida de pacientes com diabetes, reduzindo drasticamente o tempo entre o exame e o início do tratamento com um especialista. Antes da implementação da IA, o intervalo médio entre o exame e o atendimento oftalmológico era de cerca de 20 dias. Com a nova tecnologia, esse tempo caiu para 9 dias: uma redução de mais de 50%, fundamental para evitar a progressão da doença e preservar a visão dos pacientes.
O estudo acompanhou 801 pessoas com diabetes atendidas no Centro de Diabetes da Unifesp ao longo de um ano. A maioria (57%) era composta por mulheres, com idade média de 47 anos. Foram diagnosticados casos de retinopatia diabética não proliferativa (10,1%) e proliferativa (4,1%), formas iniciais e avançadas da doença, respectivamente.
Além da agilidade, o projeto se destaca pela viabilidade econômica e técnica: o equipamento é de baixo custo em comparação com retinógrafos convencionais e apresenta alta sensibilidade e especificidade, o que o torna adequado para implementação em diferentes regiões do país.
A retinopatia diabética ocorre quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos da retina, podendo causar hemorragias, inchaço e, em estágios avançados, perda irreversível da visão. No Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento ainda enfrenta desafios como longas filas, falta de recursos e dificuldade no uso adequado dos medicamentos. Por isso, a novidade desperta grande otimismo, visto que 75,3% da população brasileira depende exclusivamente desse sistema (República.org/DataSUS).
Para os pesquisadores, o novo procedimento pode revolucionar a triagem e o cuidado oftalmológico público, desde que acompanhado de capacitação profissional e de políticas de implementação adequadas. A notícia
“As novas tecnologias potencializam de forma exponencial o exercício da medicina, permitindo que o nosso SUS ganhe mais uma estrada pavimentada. Com alcance e eficácia já demonstrados, avançamos agora nos campos da adoção, implementação e manutenção”, afirmam os autores do projeto.
A equipe é composta pelo doutorando Stefano Neto Jai Hyun Choi; pelos professores Luis Filipe Nakayama, Fernando Korn Malerbi, Caio Vinicius Saito Regatieri, Paulo Schor, Vagner Rogério dos Santos e Sergio Atala Dib, todos do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da EPM/Unifesp.